quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

4314) Contracapa de Linux (14.2.2018)




(foto: Katinka Matson)

liberdade individual, só a do eremita na gruta; toda liberdade é um equilíbrio entre possibilidades e limitações dentro de um coletivo 

&  a vida é um plano-sequência sem roteiro e sem ensaio 

&  bem q o Brasil podia se despedir com uma nota oficial, dizendo q aprendeu muito com a Democracia, mas q está na hora de encarar novos desafios 

&  hoje em dia todo mundo é culpado a menos que um escritório de advocacia prove o contrário a peso de ouro 

&  certas pessoas já saem à rua com a prática bem planejada, e para elas qualquer teoria serve 

&  a vida ensina a dirigir o carro, mas mexer no motor a gente aprende sozinho 

&  muita gente pensa que a Realidade é governada por alguma coisa parecida com o Sistema Métrico Decimal 

&  existem 3 tipos de políticos: 1) os que vão com muita sede ao pote; 2) os que derramam a água; e 3) os que derrubam o pote 

&  basta que a gente aceite a existência do Absurdo e tudo o mais começa a fazer sentido 

&  protestar nas redes sociais requer o tempo e o esforço de um passeio de escada rolante 

&  eu não sei o que é pior, se é estar andando pra trás e olhando pra frente, ou andando pra frente e olhando pra trás 

&  pensando bem, o milagre não é que a lagarta se transforme em borboleta, é que ela não vire lagarta de novo na manhã seguinte 

&  se alguém naquela época tivesse chegado pra mim com um Deus não-onipotente, não-onisciente e não-onipresente, eu tinha acreditado na hora 

&  eu não gosto quando durmo seis horas consecutivas, sem acordar, porque quando acordo estou me sentindo outra pessoa 

&  tem quem goste de se refestelar no próprio sofrimento, porque só a tragédia sofrida lhe dá uma chance de bancar o herói diante de si mesmo 

&  a grande maioria se contenta com seis dias de Básico Garantido e uma transgressãozinha por semana 

&  uma ditadura é mais parecida com o passado histórico do seu próprio país do que com o sistema político-econômico que alega defender 

&  não existe mais o Belo e o Sublime, a arte hoje só tem o Bélico e o Subliminar 

&  é melhor ter um poema escrito na porta de uma privada do que estátua em praça pública 

&  a direita fica só dando os motes que quer e a esquerda glosando 

&  o Brasil vai ficar igual àquele Hotel 5 Estrelas que cobra 15 paus num guaraná e não dá nem sabonetinho 

&  certos conflitos de egos não passam da Peleja do Gnomo de Jardim com o Pinguim de Geladeira 

&  uma das piores consequências da Passeata Contra A Guitarra Elétrica foi dar origem às Passeatas A Favor Da Guitarra Elétrica 

&  vivemos num mundo que só é possível explicar usando clichês 

&  o que me consola é viver numa bolha maior que a bolha do meu vizinho

&  a arte é a bola que atravessa a rua quicando, o artista é a criança que vem correndo atrás dela

&  botar num pitbull o nome de Coisinha Tão Bonitinha Do Pai não vai ajudar a resolver problema nenhum

&  nada é tão previsível quanto certas surpresas

&  é triste constatar que por mais que a gente estude as outras pessoas insistem em pensar por si mesmas

&  quando tenho tempo não tenho dinheiro, quando tenho dinheiro não tenho saúde, quando tenho saúde não tenho tempo

&  ele é o tipo do cara que desmoraliza um velório com uma piada

&  o mundo é um quebra-cabeças, a vida um quebra-corações

&  eu sou do tipo que dou um boi para não entrar numa briga, mas se entrar dou uma boiada para o juiz

&  percevejo é um bicho tão pequeno que eu nem percebo nem vejo

&  chega uma hora em que a gente desiste de fazer contas e começa a fazer de conta

&  o Facebook é um Jardim Zoológico de peculiaridades mentais que se querem auto-expor

&  um dia em ainda vou morar numa casa que tenha uma escada rolante, uma sorveteria, e um rio só meu

&  o músico é uma espécie de abelha atarefada adoçando o lazer dos outros

&  minha ruindade é como unha de gato, só aparece quando é preciso

&  há momentos em que é preciso redescobrir o óbvio no matagal das sutilezas