quarta-feira, 23 de abril de 2014

3480) Dicionário Aldebarã VII (23.4.2014)



O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres.  Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura.  Confiram os verbetes abaixo, recolhidos, meio ao acaso, do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.

“Alquonnin”: aquelas discussões explosivas e melodramáticas das quais, no dia seguinte, as pessoas não conseguem lembrar uma frase sequer. 

“Esplangs”: gestos maquinais que fazemos quando estamos distraídos ou preocupados, e que todo mundo percebe, menos nós mesmos.  

“Zirguenns”: moedas que é hábito esconder em diferentes partes da casa, para, ao serem encontradas um dia, proporcionarem um momento de alegria inesperada.  

“Treschiolint”: mini-altar com imagens de divindades que são substituídas por outras quando os pedidos do fiel não são atendidos.

“Handol”: um subalterno que realiza todo o trabalho para que seu superior fique com a fama. 

“Relodans”: todas as pessoas que compartilham a mesma data de nascimento (dia, mês e ano). 

“Huwennoks”: a súbita sensação que temos, quando estamos num ambiente qualquer, de que há um detalhe que nos separa de todo o resto das pessoas presentes.   

“Roduc”: o estado de nervosismo de uma multidão entrando em pânico, ou de uma manada de gado prestes a estourar.

“Izannes”: o hábito de encerrar uma conversa com despedidas e logo em seguida lembrar um novo assunto e começar tudo de novo. 

“Lumpas”: exclamações sem sentido que são ditas no lugar de palavrões quando a pessoa está num ambiente mais formal. 

“Moitum”: a coincidência de dois ou três compromissos urgentes aparecerem na mesma hora e ao mesmo tempo. 

“Guembes”: talismã que se pendura ao pescoço apenas um dia por semana, o que deve ser decidido no momento do despertar.

“Trevon”: a boa sensação de cansaço após uma tarefa dura que foi cumprida de maneira satisfatória. 

“Iquinde”: pulseiras e colares feitas de pequenas sementes vegetais, que servem como repelente de insetos. 

“Maironde”: historietas tradicionais compartilhadas por um grupo de pessoas que espera o transporte à beira da estrada. 

“Onfra”: arranjos de jardinagem que são realizados periodicamente para assinalar datas importantes na vida da família.

“Ersala”: o modo como episódios ou pessoas inconvenientes são substituídos por circunlóquios quando precisam ser mencionados em público. 

“Elcadre”: um duelo entre duas pessoas ou equipes em que cada uma possui uma vantagem diferente em relação à outra. 

“Parfil”: flauta rústica que é possível improvisar apenas dobrando qualquer folha de papel, de acordo com um esquema tradicional.