sábado, 18 de fevereiro de 2012

2796) Dicionário Aldebarã III (18.2.2012)



O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres. Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura. Os verbetes abaixo foram recolhidos do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.

“Ansins”: aqueles dias em que, sem motivo aparente, a casa de uma pessoa é visitada sucessivamente por dezenas de amigos e conhecidos que passam algum tempo e vão embora, dando lugar a novos visitantes.

“Temions”: painéis refletores que se usam nas cidades de Aldebarã para projetar a luz solar em recantos das ruas, das casas, etc. onde ela não bate ao longo do dia.

“Riggim”: a sensação de embriaguez causada por uma refeição qualquer ao fim de um jejum prolongado.

“Siltins”: as imitações, cada vez mais diluídas, de algo que teve importância ou fez sucesso no passado.

“Yok-Dangs”: animais domésticos que alguns aldebarãs mantêm em casa para encher de cuidados e de carinhos. “Yok-Wimps”: animais domésticos que alguns aldebarãs mantêm em casa para encher de serviços pesados e maus-tratos.

“Hayands”: pequenas rolhas aromáticas que os aldebarãs colocam nas garrafas de bebida depois de abertas, proporcionando degustação mais sutil e variada das bebidas ali contidas.

“Bezzkoms”: poemas tradicionais em que a primeira palavra de cada linha deve começar pela mesma letra inicial da última palavra da linha anterior.

“Luinn”: o ruído musical que faz uma bacia ou vasilha metálica ao ser retirada de dentro dágua.

“Angrum”: a surpresa que temos ao encontrar por acaso uma pessoa que pensávamos já estar morta.

“Miklon-Lu”: espécie de louça, fabricada a partir da porcelana e da celulose, que é praticamente inquebrável e não faz ruído ao ser manuseada.

“Amdrupp”: roldanas artesanais, com cordas bem finas, que correm horizontal e verticalmente na parede externa dos edifícios, e servem para os vizinhos trocarem recados e pequenos objetos apenas indo à janela.

“Zendel”: a surpresa que temos ao perceber que duas pessoas de quem ouvíamos falar são na realidade uma só.

“Flinken-dy”: os ruídos confusos de gritos, vozes e outros barulhos que nos fazem perceber que alguma coisa anormal está acontecendo num lugar que não podemos ver.

“Liumphs”: conchas acústicas desmontáveis que os poetas ambulantes afixam às costas quando cantam ao ar livre.

“Allybess”: aves criadas no cativeiro e que, mesmo soltas da gaiola depois de grandes, só conseguem voar nas vizinhanças da casa onde cresceram.

“Colludrys”: combinação de alimentos inofensivos mas que, consumidos juntos, podem se tornar um veneno mortal.




2 comentários:

Poeta da Paulista disse...

Achei muito bom o seu blog, Braulio!

Acho que vai gostar do meu site!

poetadapaulista.com.br

parabéns novamente pelos artigos

grande abraço

Maranganha disse...

“Luinn”: o ruído musical que faz uma bacia ou vasilha metálica ao ser retirada de dentro dágua.

Essa onomatopeia é bem nostálgica. Enche de prazer só de pensar nela.

Em tempo: se os Yok-Dangs enchemos de carinho, e os Yok-Wimps enchemos de maus-tratos, que nomes damos aos que matamos e comemos?