sexta-feira, 16 de julho de 2010

2274) Brasil 3x1 Costa do Marfim (22.6.2010)



O Brasil melhorou 100% do primeiro para o segundo jogo. Começou difícil, é claro, jogo amarrado e atravancado pela seleção africana, que marcava forte. O Brasil quase fez 1x0 com Robinho com um minuto de jogo, num contra-ataque em que deveria ter lançado Luís Fabiano. E Fabiano fez o gol após uma roubada de bola e troca rápida de passes com Kaká, para um chute final a queima-roupa, golaço muito semelhante ao que o Donovan (EUA) fez na Eslovênia. No 2o. tempo, Fabiano fez outro golaço dando dois lençóis nos zagueiros; mesmo tendo levado a bola com o braço na ajeitadinha final, foi um belo gol, e fez justiça. O Brasil começou a jogar do jeito que gosta e Elano fez o terceiro gol com relativa facilidade.

Aí começou a aparecer um lado preocupante da Seleção de Dunga: o jeito ríspido e impaciente, que (não, não é preconceito) tem muito a ver com o espírito que o técnico passa para o time. Como os africanos, em desespero, começaram a fazer faltas violentas e desleais, o Brasil entrou no jogo deles. Kaká, que apesar de evangélico não é nenhum santinho (pelo contrário, é um jogador que bate muito, e só entra rachando em bola dividida) acabou sendo expulso. Meu medo é que nos próximos jogos aconteça o mesmo com os nossos jogadores que têm antecedentes de brucutu: Luís Fabiano, Felipe Melo, Daniel Alves...

Outra coisa preocupante é o apagão crepuscular do nosso time, que em dois jogos contra adversários fracos tomou dois gols inadmissíveis quando já estava com um placar confortável. Os gols feitos pela Coréia e Costa do Marfim pegaram nossa defesa desatenta, relaxada, um esperando pelo outro. Se o time está ganhando de 2x0 de uma Alemanha ou Holanda e sofre um gol assim, vira um pesadelo.

O Brasil vai jogar com Portugal sem muito aperto. A Copa só começa na segunda fase, das oitavas em diante. Esta primeira fase de grupos é a festa político-turístico promovido pela Fifa, é a fase onde aparecem azarões como Honduras, Nova Zelândia, etc. Carnaval e Woodstock nas arquibancadas, todo mundo tendo a chance de jogar numa Copa. Nas oitavas, ficam só os 16 times que têm algo para mostrar, e a Copa de verdade começa. O Brasil vai estar lá, e agora, depois de ver o futebol pobre apresentado pela maioria, acho que suas chances aumentam. Africanos e europeus são uma decepção. Os times da América são a grande surpresa, quase todos estão indo bem e com chance de passar para a fase seguinte.

Escrevo este texto no domingo à noite; até agora nenhuma seleção empolgou, e só quem tem duas vitórias são Brasil, Argentina e Holanda. Isto não quer dizer muita coisa. Na segunda fase, quem perder sai, e ninguém garante que, por exemplo, a Argentina, que tem jogado muito bem, não possa perder para México ou Uruguai, por exemplo, ou que o Brasil não possa perder para Espanha ou Chile. Daí em diante a competição vai se nivelando – tomara que num nível melhor do que o que tivemos até agora.

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